sábado, 23 de fevereiro de 2008

*As estimativas apontam que mais de um milhão de mulheres abortam clandestinamente todos os anos e que, no mesmo período, cerca de 250 mil mulheres são internadas com complicações decorrentes de aborto inseguro.

Temos q debater esse assunto não no âmbito religioso e sim como um problema de saúde pública, .

Acho q devemos discutir isso de forma mais aberta, laica, pois o nosso estado é laico, não vivemos sob uma ditadura religiosa.
ignorar a quantidade de mulheres mortas decorrente de abortos mal-feitos é continuar negando as mulheres, o respeito e a dignidade que lhes são devidas enquanto cidadãs.

Interpretar que o aborto é crime é não admitir que as mulheres sejam capazes de discernir sobre suas atitudes de forma ética e responsável. É preciso que os apelos emocionais e religiosos fiquem apenas no âmbito das decisões pessoais e não interfiram nas leis de um Estado Laico e Democrático.

Não queremos tornar o Brasil um pais da carnificina, nem queremos manchá-lo com nosso sangue, queremos sim e já O DIRETITO DE DECIDIR SOBRE O NOSSO CORPO.

Como diria a música da Marcha Mundial de Mulheres - MMM "se o homem engravidasse o Aborto legal seria"
Qdo vc fala de luta em defesa da vida, fica parecendo q nós queremos sair por aí abortando os/as nossos/as filhor/as. A questão aqui é também garantir a defesa da vida dessas mulheres. Traumas piores existem para as crianças sem pai nem mãe q são jogadas em lixões, rios, esgotos, etc.

A Materninade dever ser um direito e não uma obrigação. Obrigar uma mulher a levar adiante uma gravidez que ela não deseja é tornar a maternidade algo vil, menor, desprovido de amor e carinho.
Sem falar que, Quando uma mulher se vê diante de uma gravidez que ela não deseja ou que, por algum motivo, não pode manter, ela aborta de qualquer jeito, mesmo correndo risco de morte: tomando chás, xaropadas, se perfurando com agulhas, arames ou outro objeto qualquer.
Nenhuma mulher engravida sozinha, mas os homens não são responsabilizados pela gravidez nem por evitá-la. Esta responsabilidade é imputada somente às mulheres e só elas arcam com as conseqüências.

Fazer juízo de valor é fácil, a vida lá fora é muito mais complicada.


Thaís Barreto Viana
DCE-Diretório Central das/os Estudantes
UESB Campus de Jequié
Coletivo Feminino Maria Quitéria - CFMQ
Ousar Ser Diferente
JEDP-Juventude da Esquerda Democrática e Popular
PT -Partido das/os Trabalhadoras/ es



*Resposta a uma discussão sobre o Artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo na terça-feira, 10 de abril de 2007, Por um Brasil sem aborto
LUIZ BASSUMA, Deputado do PT.