quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Coletivo Revitalizado!


O Coletivo Feminista Maria Quitéria foi revitalizado no dia 16 de agosto de 2012!

sábado, 17 de outubro de 2009

I Seme



I SEMINÁRIO DE MULHERES ESTUDANTES


O I SEME - Seminário de Mulheres Estudantes da UESB, com o tema A construção do olhar feminista, é embasado na proposta de discussão e debate sobre a condição das mulheres estudantes: universitárias e secundaristas. Reunirá não só estudantes homens e mulheres dos três Campi da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, mas também de outras instituições e dos movimentos sociais, além de observadoras/es pesquisadoras/es. Temos o desafio de pensar e discutir no Campus Universitário de Jequié, questões educacionais, sociológicas e políticas pertinentes à mulher estudante. O encontro será de suma importância para o reconhecimento da atuação das Mulheres nas lutas estudantis e sociais pretendendo proporcionar às mulheres/estudantes um momento de pensar, refletir e discutir, questões educacionais pertinentes aos papéis assumidos pela mulher na dinâmica social, bem como sua atuação na Universidade e as relações de poder e opressões que ainda interferem na vida das estudantes.


PROGRAMAÇÃO


22/10/09 (quinta-feira)

* 18h-19h: Credenciamento
* 19h: Abertura : Grupo de dança

Mesa: A CONSTRUÇÃO DO OLHAR FEMINISTA NA UNIVERSIDADE


-Profª. Dra. Adriana Maria de Abreu Barbosa (DCHL)


-Thais Barreto Viana - Aluna do curso de Pós-Graduação em Língua Portuguesa “ UESB/Jequié


- Larissa de Souza Barbosa “ Diretora de Mulheres “ DCE - UESB campus de Jequié

* Café cultural


23/10/09 (sexta-feira)

15h
:

* Exibição de filme: O Segredo de Vera Drake.

* Comentário: Maria de Lourdes Nunes e Maria Solineide RodriguesCDD (Católicas pelo direito de decidir)


19h: - Declamação de poesia

19:30: - Mesa: MULHER NOS MOVIMENTOS SOCIAIS


- Naionara Maia - Representante do Movimento Negro Mocambo Odara;


- Marinelma Macedo - Presidente da ADCB (Associação das Donas de Casa da Bahia);

- Tamara Terso: Diretora de mulheres do DCE- UFBA e


- Profª Enny Vieira Moraes (DS) “ Diversidade Sexual

* Café cultural

INVESTIMENTO: R$ 3,00


LOCAL: UESB Campus de Jequié.


Inscrições no DCE (Pav. Josélia Navarro)


Maiores informações:
DCE: (73) 3528-9644

Contatos:
E-mail DCE: alutanaopara@yahoo.com.br
E-mail GETED
: geteduesb@yahoo.com.br
E-mail Coletivo Feminista: coletivomariaquiteria@yahoo.com.br

quarta-feira, 11 de junho de 2008

As MULHERES e o Movimento Estudantil

Quando se fala da mulher e a sua participação no ME no sentido de lutar contra a opressão, que nós sofremos, percebemos por parte de alguns companheiros uma resistência em apoiar a luta feminina, entre o fato de não apoiar, podemos mostrar alguns exemplos um deles é no que diz respeito à própria participação das mesmas em cargos ditos de importância como coordenação geral/presidência. A participação dessa mulher nos espaços democráticos dentro das Universidades, como CA’s e DCE’s, executivas/federações de curso ainda é muito pequena.

No Movimento Estudantil, existem alguns companheiros que inibem a intervenção das companheiras, inclusive quando discutem as diversas questões que envolvem gênero, a exemplo disso, temos a situação de desqualificação da fala e das bandeiras de luta, tentativa cotidiana de descaracterização enquanto mero objeto sexual para os homens, “vitrines” de chapas e gestões de entidades estudantis, além da opressão física e étnica que sofrem por serem mulheres no espaço da Política Estudantil, quase sempre assumindo tarefas secundárias como a de Atar reuniões, arrumar as entidades, etc. Geralmente nunca sendo compreendida essa relação de opressão pelas quais as mulheres do Movimento Estudantil passam.

É preciso garantir espaços em que as companheiras sejam estimuladas a serem agentes da história, onde possam encontrar referências para a luta feminista, o que faz dos espaços de auto-organização, inclusive, momentos de formação política.

“Se quisermos promover uma sociedade mais justa e igualitária, precisamos focalizar as relações de desigualdade e de opressão que existe em nosso país nas dimensões fundamentais de Gênero, Raça e classe.” (Edna Roland)

Por tudo isso, nós mulheres e homens do CFMQ levantamos a bandeira da igualdade entre os sexos nos mais diversos espaços, principalmente no ambiente do ME, mas sempre respeitando as diferenças e particularidades das/os mesmas/os.

Lembrando também de levantar a bandeira de ser totalmente favorável à linguagem não sexista principalmente no ambiente do ME, onde é imposta uma linguagem opressora que não leva em consideração que a letra A é diferente da letra O (A≠O) ou então quando querem transformar o texto no masculino e feminino fazendo assim do símbolo do @ uma palavra unisex, mas se pararmos para analisar, a letra O engole a letra A, sem falar que o uso do @ é impróprio, e não quer dizer que seja um símbolo que possa representar os dois sexos, ou seja, é um uso equivocado, além do mais, como essas palavras serão pronunciadas? Sem falar que símbolos – a exemplo do @ - não constam no alfabeto da Língua Portuguesa do Brasil.

A forma não-marcada “homem” pode se referir a homens ou a seres humanos no geral. A forma marcada é restrita às mulheres. Assim, as mulheres são, efetivamente, escondidas atrás da terminologia “genérica” (masculina). E “homem” também não é uma terminologia realmente genérica. A neutralidade da categoria é duvidosa. Existe uma tendência a se pensar, realmente, nos homens, mesmo quando estamos falando no plural. Ao promover o uso do masculino e o desuso do feminino, claramente se apóia e se dá visibilidade e primazia para os homens.

domingo, 25 de maio de 2008

1968: Grandes lições para as mulheres

Cecília Toledo, da revista Marxismo Vivo


Para as mulheres, 1968 foi um ano que não terminou, em todos os sentidos dessa frase célebre. Pelas conquistas, as perdas, as lições que ficaram e estão tão presentes até hoje no dia a dia de milhões de mulheres no mundo inteiro. Quarenta anos depois, nada do que elas conquistaram na Europa e nos EUA nessa época faz parte da realidade da imensa maioria das mulheres do planeta, as trabalhadoras e pobres do mundo colonial e semicolonial. No entanto, isso não reduz a imensa importância e o imenso significado que essas lutas feministas tiveram e ainda têm para o conjunto das mulheres, de todas as classes sociais. Só nos faz perguntar: por que a igualdade de direitos entre homens e mulheres está cada vez mais distante?

Depois da grande onda sufragista, que mobilizou mulheres burguesas e trabalhadoras em praticamente todos os países do mundo no final do século XIX e início do XX, as mulheres voltam a exigir seus direitos. Foi uma linha de continuidade, praticamente sem interrupção. Conquistado o direito de voto, logo ficou evidente que a igualdade perante a lei, por si só, não significava a liberação para as mulheres. Sua emancipação estava longe. Era preciso prosseguir. E assim, no bojo das grandes mobilizações estudantis pela defesa do ensino público, da luta dos negros contra a discriminação, da luta de todos contra a Guerra do Vietnã, eclodem importantes mobilizações feministas na Europa e nos Estados Unidos exigindo liberdade sexual, aborto livre e gratuito, creches, direito ao divórcio e igualdade de acesso ao trabalho é à educação. Ainda ecoava forte as idéias de Simone de Beuvoir, cuja obra O Segundo Sexo saíra em 1949 mostrando mais uma vez (Bebel e Engels, principalmente, já haviam demonstrado isso cabalmente) que não existe qualquer sustentação biológica para a idéia da "inferioridade feminina"; o problema está nas relações de produção, já que "não existe uma essência feminina", e portanto, "não se nasce mulher, mas se faz mulher".

Essa postura da irmandade parece muito coerente, no entanto, ela ignora um fato fundamental, que precede qualquer política a ser traçada, seja para as mulheres, para os negros, para qualquer setor social: a divisão da sociedade em classes. As mulheres são seres sociais que pertencem a determinada classe, umas são burguesas, outras são trabalhadoras, e por isso têm interesses distintos umas das outras.

O problema central das mulheres, então, não é a desigualdade de gênero (algo real e muito importante, como o quê todas temos sim de lutar!), mas sim a desigualdade de classe, que gera discriminações muito mais fundamentais, como acesso ao trabalho, ao salário, a melhores condições de vida. Até que não acabemos com o capitalismo e o imperialismo, essas questões são as que determinam a vida de todas as mulheres. Como criar seus filhos, como alimentar a família, como arrumar um emprego decente e ter uma vida digna? Para a mulher burguesa, isso não é problema, já está resolvido de antemão. Desde que nasce, uma mulher burguesa tem tudo o precisa para viver, a mulher trabalhadora, ao contrário. Tem de passar a vida inteira lutando para pôr comida na mesa. E isso não é ideologia, é a vida concreta, real, de milhões e milhões de mulheres no mundo inteiro.

Como dizia Marx há 150 anos, a emancipação das mulheres é algo concreto, real, palpável. Emancipação é sinônimo de pleno emprego, salários dignos, saúde, educação, domínio de seu próprio corpo, enfim, coisas concretas, boas condições materiais de vida. Tudo o que o capitalismo imperialista nega às mulheres trabalhadoras e pobres. E cada dia que passa, nega mais um pouco. Fato reconhecido pela própria ONU cujo último relatório sobre a fome mundial constata que 70% dos pobres do mundo são mulheres! O que significa isso senão mais opressão?

A emancipação definitiva das mulheres só poderá ser conquistada pela classe trabalhadora, homens e mulheres, enfrentando juntos a exploração capitalista, que mantém e multiplica todas as opressões. E para isso é preciso haver espaço para as mulheres em todos os organismos da classe, sobretudo nos sindicatos. A organização política das mulheres também é fundamental para elevar seu nível de consciência. Esse é o maior passo que uma mulher pode dar em direção à sua emancipação, e essa é a maior lição que nos deixa o movimento feminista de 1968.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

*As estimativas apontam que mais de um milhão de mulheres abortam clandestinamente todos os anos e que, no mesmo período, cerca de 250 mil mulheres são internadas com complicações decorrentes de aborto inseguro.

Temos q debater esse assunto não no âmbito religioso e sim como um problema de saúde pública, .

Acho q devemos discutir isso de forma mais aberta, laica, pois o nosso estado é laico, não vivemos sob uma ditadura religiosa.
ignorar a quantidade de mulheres mortas decorrente de abortos mal-feitos é continuar negando as mulheres, o respeito e a dignidade que lhes são devidas enquanto cidadãs.

Interpretar que o aborto é crime é não admitir que as mulheres sejam capazes de discernir sobre suas atitudes de forma ética e responsável. É preciso que os apelos emocionais e religiosos fiquem apenas no âmbito das decisões pessoais e não interfiram nas leis de um Estado Laico e Democrático.

Não queremos tornar o Brasil um pais da carnificina, nem queremos manchá-lo com nosso sangue, queremos sim e já O DIRETITO DE DECIDIR SOBRE O NOSSO CORPO.

Como diria a música da Marcha Mundial de Mulheres - MMM "se o homem engravidasse o Aborto legal seria"
Qdo vc fala de luta em defesa da vida, fica parecendo q nós queremos sair por aí abortando os/as nossos/as filhor/as. A questão aqui é também garantir a defesa da vida dessas mulheres. Traumas piores existem para as crianças sem pai nem mãe q são jogadas em lixões, rios, esgotos, etc.

A Materninade dever ser um direito e não uma obrigação. Obrigar uma mulher a levar adiante uma gravidez que ela não deseja é tornar a maternidade algo vil, menor, desprovido de amor e carinho.
Sem falar que, Quando uma mulher se vê diante de uma gravidez que ela não deseja ou que, por algum motivo, não pode manter, ela aborta de qualquer jeito, mesmo correndo risco de morte: tomando chás, xaropadas, se perfurando com agulhas, arames ou outro objeto qualquer.
Nenhuma mulher engravida sozinha, mas os homens não são responsabilizados pela gravidez nem por evitá-la. Esta responsabilidade é imputada somente às mulheres e só elas arcam com as conseqüências.

Fazer juízo de valor é fácil, a vida lá fora é muito mais complicada.


Thaís Barreto Viana
DCE-Diretório Central das/os Estudantes
UESB Campus de Jequié
Coletivo Feminino Maria Quitéria - CFMQ
Ousar Ser Diferente
JEDP-Juventude da Esquerda Democrática e Popular
PT -Partido das/os Trabalhadoras/ es



*Resposta a uma discussão sobre o Artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo na terça-feira, 10 de abril de 2007, Por um Brasil sem aborto
LUIZ BASSUMA, Deputado do PT.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

"Mulheres negras, brancas, amarelas, azuis, furta-cor
Mulheres altas, baixas, gordas e magras, risonhas e compenetradas
Mulheres que têm em suas vidas a marca da luta, muitas vezes silenciosa
contra conceitos injustos, ensinados erroneamente.
Que buscam diariamente duvidar da postura que o mundo
lhes impunha, lhes exige.
A palavra
O gesto
O pensamento
O caráter
Vê a sua vida e seus direitos desprezados, considerados assuntos menores
diante das necessidades maiores da nossa sociedade pela metade.
Ditam os nossos gostos
as nossas necessidades, que na maioria das vezes,
revela a nossa submissão e uma
suposta lição que precisamos para viver.
Não queremos nos afirmar, porque não somos uma mentira.
Queremos respeito.
Em nossa natureza feminina, nossos questionamentos,
necessidades e dores,
sonhos, desejos, paixões.
Nós abrimos as portas
desconstruímos as mentiras
inventaremos uma nova realidade na qual possamos
viver.
A mudança silenciosa acontece dia após dia,
de dentro para fora,
mas daqui a pouco vai estar em todos os lugares.

***

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

"Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor.
Vinham da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças.
Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra.
Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem.
Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente, esqueceu, morrendo tuberculosa.

Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres?
Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, Moldar, escravizar aos estereótipos. Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas
Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens.
E, com isso, Barbies de facaria, provocaram em muitas outras mulheres as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima.
Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes
universitários (56%) é composto de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na
pesquisa científica, na política, no jornalismo.
E, no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo.
Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência.
As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo mensalmente na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangue urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência.
É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz.
E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas. São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e a doçura de seus corações."

Depoimento de Rita Lee